segunda-feira, maio 17, 2004
Mais um motivo
Ela estava à beira de um ataque de nervos.Abríra a janela pela décima vez,olhando e pensando em um suicídio.Tinha também chá de cianureto.Na última das hipoteses,um corte na jugular.Aquela foto do ex na estante só trazia desanimo para sua vida e motivação para a morte.Um,dois,quinze prozacs não a fizeram dormi.
Era o pior momento de sua vida.Escreveu uma carta com um pequeno testamento inválido.Deixava o computador para a Aninha,a coleção de sandálias para Betinha,duas bolsas da Kipling para a irmã mais nova.O resto era para os pais.
Um.Somente um telefone poderia,talvez,salva-la.
Eis que o telefone toca.Era Betinha,junto a suas preocupações fúteis sobre moda.Betinha não parava um segundo.Blablablá...Até que ela simulou uma queda na ligação.Voltou a pensar no suicídio.Foi atrapalhada novamente pelo telefone.Agora podia ser a salvação.Era Ana.Respondeu que sim a pergunta de Ana.Era sobre seu fotolog.Queria saber se podia colocar uma foto onde estavam juntas,com cigarro na mão.
Voltando ao seu verdadeiro estado de espírito,abriu a janela.Deu sua última inspirada no ar carbonizado de sua cidade.A separação dos pais,as notas baixas no convenio,a indecisão profissional,o ex,as amigas futéis,a irmã pentalha levavam aquele momento de finalidade numa breve adolescencia.Jogou-se.Em vão.
Caiu no caminhão que recolhia o lixo no seu prédio.Teve alguns cortes,mas sobreviveu.Pensava:"Se não morri,é porque Deus reservou mais coisas para mim".Agora,mal ela sabe a existência de mais uma coisa que ela é incompetente:um suicídio.Porém,nada mudou na sua vida cretina.
Ela estava à beira de um ataque de nervos.Abríra a janela pela décima vez,olhando e pensando em um suicídio.Tinha também chá de cianureto.Na última das hipoteses,um corte na jugular.Aquela foto do ex na estante só trazia desanimo para sua vida e motivação para a morte.Um,dois,quinze prozacs não a fizeram dormi.
Era o pior momento de sua vida.Escreveu uma carta com um pequeno testamento inválido.Deixava o computador para a Aninha,a coleção de sandálias para Betinha,duas bolsas da Kipling para a irmã mais nova.O resto era para os pais.
Um.Somente um telefone poderia,talvez,salva-la.
Eis que o telefone toca.Era Betinha,junto a suas preocupações fúteis sobre moda.Betinha não parava um segundo.Blablablá...Até que ela simulou uma queda na ligação.Voltou a pensar no suicídio.Foi atrapalhada novamente pelo telefone.Agora podia ser a salvação.Era Ana.Respondeu que sim a pergunta de Ana.Era sobre seu fotolog.Queria saber se podia colocar uma foto onde estavam juntas,com cigarro na mão.
Voltando ao seu verdadeiro estado de espírito,abriu a janela.Deu sua última inspirada no ar carbonizado de sua cidade.A separação dos pais,as notas baixas no convenio,a indecisão profissional,o ex,as amigas futéis,a irmã pentalha levavam aquele momento de finalidade numa breve adolescencia.Jogou-se.Em vão.
Caiu no caminhão que recolhia o lixo no seu prédio.Teve alguns cortes,mas sobreviveu.Pensava:"Se não morri,é porque Deus reservou mais coisas para mim".Agora,mal ela sabe a existência de mais uma coisa que ela é incompetente:um suicídio.Porém,nada mudou na sua vida cretina.